A Declaração Teológica de Barmen


No dia 29 a 31 de maio de 1934, há exatamente 82 anos na Alemanha, a Igreja Evangélica alemã se reuniu para fazer um importante documento da igreja desde a Reforma. Líderes da Igreja Luterana, reformada e Unida reuniram-se na cidade de Barmen, em uma igreja, formando assim o Sínodo de Barmen, com objetivo de redigir de forma clara, contra a aberração da tradição do sincretismo modernista e reafirmando as verdades bíblicas.

A Declaração Teológica de Barmen, não se trata de uma confissão de fé propriamente dita como lembra o pastor Franklin Ferreira, em seu livro (Contra a idolatria do Estado o papel do cristão na política). A intenção era se posicionar contra autoridades eclesiásticas instaladas por Hitler, com a intensão de manipular a igreja, em relação ao nazismo, considerado idolatria.

A Declaração Teológica de Barmen tinha o papel de dar orientação a cristãos que estavam confusos diante da ideologia do nacional-socialismo e corrigir os posicionamentos da Igreja em relação à sua tarefa, natureza e ordem. Em uma de suas teses a Declaração afirma que o mundo não tem direito de definir a agenda da igreja, sendo este direito somente de Cristo.

O texto foi redigido por Karl Barth, um dos teólogos mais importantes do século 20, fundador da teologia neo-ortodoxa[1]. Barth se tornou um dos líderes da Igreja Confessante, igreja que resistiria ao Partido Nazista. A Igreja Confessante recebeu apoio de Dietrich Bonhoeffer[2], Herman Hesse entre outros.

Este belo documento da Igreja Evangélica alemã é um exemplo de resistência contra a tentativa do governo nazista de dominar a igreja. Hitler queria ser honrado e impor sobre a igreja a expulsão dos judeus, que se encontrava nas comunidades eclesiásticas e com isso ser guia de toda sociedade. A posição da igreja foi não aceitar a subordinação ao Estado, mas sim reconhecer que o Estado tem o papel de mantenedor da ordem e não a desempenhar a missão da igreja. Este documento é sem dúvida uma oposição evangélica ao nazismo na Alemanha.

Que possamos lembrar desse testemunho da Igreja Confessante lutando contra o paganismo dentro da Igreja.

Por Georgington de Souza
   





[1] Uma definição da neo-ortodoxia como movimento de reação ao liberalismo teológico está fora de prioridade deste artigo. Para mais informações GUNDRY, Stanley (Org.), Teologia contemporânea. São Paulo: Mundo Cristão, 1987

[2] Um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazista e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazista.

 FERREIRA, Franklin Contra a idolatria do Estado o papel do cristão na política- São Paulo: Vida Nova, 2016, pág 174

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