Como assim não devo julgar? que papo é esse?
Julgar é um ato humano, permanente e inerente às capacidades cognitivas. O ser humano julga baseado na consciência, padrões e valores: diferente dos animais que agem por instintos. Mas vamos lá o que a palavra de Deus diz?
Hoje o texto mais famoso em nossos dias em relação a julgamento é: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados.” (Mateus 7:1.) Uma das regras de interpretação diz que devemos ler o contexto para interpretarmos o texto corretamente. É, para quem não gosta de ler fica meio complicado mesmo!
A palavra “julgar” que o texto está usando é κρίνω / Krino: corretamente, para separar (distinguir), ou seja, juiz. Chegar a uma decisão e/ou sentença, fazendo um julgamento - ou positivo ou negativo - Concordância Strong.
- μηκρινετεινα μηκριθητε (Mateus 7:1Textos Receptus)
O texto de Mateus 7:1 está falando sobre um tipo de julgamento baseado na hipocrisia de quem faz um ato igual ou até pior do que a pessoa julgada. Vemos claramente no V.3. Esse tipo de julgamento que é encenado por alguns fariseus não deixou de ser criticado por Jesus. Alguns fariseus faziam o mesmo erro que tanto eles condenavam. É sobre esse julgamento que Jesus fala. Ele deixa claro isso no V.5: “Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão. (Mateus 7:5.) O versículo 5 é interessante, porque mostra que Jesus não é contrário e não faz nenhuma proibição sobre a crítica.
É notável que no V.6 ele diz o seguinte: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” (Mateus 7:6). Uma pergunta lógica. Como saber quem é cães e porcos? Sem um julgamento de valor? Isto só será possível se houver julgamento.
Jesus como Messias ensinou seus estudos e a sua interpretação correta sobre a lei de Moisés, até hoje esta ideia no judaísmo é viva, que o Messias virá lecionando um estudo profundo sobre a lei. Como de fato fez.
Não devemos julgar as pessoas seguindo nossos padrões e parâmetros ou até pelo fato de não gostar da pessoa. Alguns fariseus apontavam demais os erros dos outros estando na mesma situação e alguns fariseus se via como exemplo de conduta moral. Eles, alguns fariseus, eram meritocrático.
A Bíblia relata vários exemplos de profetas julgando e podemos ver Jesus julgando.
“Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” (Mateus 12:34)
Apostolo Paulo fala a respeito de julgar. Em Corinto ele diz que não devemos levar as causas que um irmão na fé fez aos injustos. Devemos julgar entre nós mesmos. Para vos envergonhar o digo. “Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?”1 Coríntios 6:5
Todavia, a Bíblia nos fala que devemos julgar com a reta justiça. João 7:24. A Bíblia fala, nós falamos, ela si cala, nós nos calamos também.
Fica claro, então, que o Senhor nunca proibiu que julgássemos os outros, e sim que não fizéssemos de maneira hipócrita agindo de maldade ou de soberba. Julgar é um ato que o cristão e a comunidade cristã têm que fazer. Julgamos por amor pelas pessoas e zelo pelas coisas de Deus.
O que está acontecendo hoje é que não podemos mais falar de pecado. O que a Bíblia fala que é pecado é pecado e acabou. A Bíblia é a nossa reta justiça. O que o texto esta dizendo que devemos fazer um julgamento saudável que edificará a sociedade onde vivemos.
Devemos falar com as pessoas sobre seus atos, com amor e sem arrogância e sem querer mostrar superioridade como se fossemos melhores ou com menos pecados. Geralmente a arrogância é de quem não aceita ser orientado. Prefere a auto- vitimização, Concordo com um artigo feito pelo amigo Igor Miguel que postou em seu blog sobre auto- vitimização. Que é quando uma pessoa se coloca como vítima ou perseguida para desqualificar objeções conta as quais não pode argumentar. Podemos ver auto vitimização é um tipo de manipulação emocionalista. Muito natural de quem não tem argumentos pela sua incompetência ou falta de lógica nos posicionamentos.
Mas, para fazer algum julgamento devemos ter o cuidado de nos examinarmos primeiro; que nos coloquemos sob o mesmo juízo e estejamos prontos para admitirmos que nós mesmos estamos sujeitos a errar, pecar e dizer bobagem; que nosso alvo seja ajudar os outros a acertar e consertar o que porventura fizeram ou disseram.
Concordo com reverendo Augustus Nicodemus Lopes quando diz: “Quem nunca julga contribui para que o erro se propague, para que as pessoas continuem no erro. São pessoas sem convicções. Elas se tornam coniventes e cúmplices das mentiras, heresias e atos imorais e antiéticos dos que estão ao seu redor. Paulo disse a Timóteo, “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos”. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro” (1Tim 5:22). Não consigo imaginar de que maneira Timóteo poderia cumprir tal orientação sem exercer julgamento sobre outros.” Por Georgington Ribeiro
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Referência
Bíblia- Nova versão internacional

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