Conservando a Cruz no Centro





...e o Filho do homem será entregue aos príncipes
 dos sacerdotes,e aos escribas, e condená-lo-ão à morte.
E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam,
 e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.
Mateus 20:18,19



No calendário cristão, existe um período chamado Quaresma (do latim, que significa "quadragésimo"). A quaresma corresponde aos 40 dias com início na quarta-feira de cinzas e que se prolonga até o domingo de Páscoa. A grande maioria dos cristãos brasileiros não prestam a atenção no calendário litúrgico, na maioria das vezes, por uma reação inconsciente contra a igreja romana e seus abusos praticados no passado, e outros por falta de conhecimento mesmo.

Muitos de maneira honesta perguntam: “Mas isso não é coisa de católico?”. Outros, por sua vez, fazem a mesma pergunta de forma retórica com pouca vontade de conhecer e por esnobismo teológico. O fato é que esse período era observado pela igreja e pode ser buscado na tradição do século II. Neste período, os novos convertidos se preparavam para o batismo jejuando, orando e estudando.

Também as congregações já batizadas observavam a Quaresma como um sinal de discipulado cristão. Além disso, as concepções populares e tradições evangélicas atacam este período acreditando que o Dia do Senhor é a única medida de tempo dada por Deus para a igreja. Alguns puritanos descartaram todos os feriados especiais com base neste princípio. A realidade é que todos nós observamos algum calendário que não foi prescrito por Deus.

Na verdade, o calendário litúrgico da igreja procura ordenar o tempo em torno dos principais eventos na nossa redenção em Cristo. Nesse período, somos encorajados às práticas espirituais e emoções correspondentes para instruir e dedicarmos a igreja com piedade. Lembrarmo-nos do período que nosso Senhor morreu e 3 dias depois ressuscitou não é negar que todo dia é dia de celebrar a ressurreição de nosso Senhor Jesus. Da mesma forma, sabemos que toda hora é hora de orar e qualquer lugar é lugar para arrependimento. Qualquer hora é hora de confessar nossos pecados e ofensas na presença do nosso Deus.

A propósito, o período da Quaresma é de profunda reflexão sobre nossa vulgaridade e fragilidade. Nesse momento, através do relato bíblico, nós meditamos nas passagens bíblicas do nosso Senhor subindo para Jerusalém, sofrendo, sendo humilhado, cuspido, esbofeteado, suando sangue, crucificado, sepultado e ressuscitado. Além disso, esta bela tradição é lembrada por luteranos, anglicanos e reformados. Por isso, neste período é necessário que nos lembremos de que somos pó e que para o pó voltaremos.

Portanto, com essas imagens em nossas mentes, do sofrimento apavorante do nosso Senhor Jesus, esse período nos oferece a oportunidade de lembrar o quão terrível é a realidade do nosso pecado. Ele morreu em uma cruz pelas nossas transgressões. Somado a isto, nós podemos nos observar como discípulos e discipuladores. Será que estamos conduzindo outras pessoas a Cristo? Será que estamos ensinando o que Cristo nos ensina todos os dias?
Anseio que neste período possamos orar de forma comunitária e expressar amor, não com presentes, mas com o evangelho e amor ao próximo, assim como Ele nos amou e deu sua vida pelos seus eleitos.  E pelo fato de você ter este período de quarenta dias de reflexão e liturgia não pense que é mais espiritual que seu irmão que não entende da mesma forma que você. Não fique ‘se achando’ superior teologicamente por este motivo. Faça tudo para ter comunhão, pois tudo é para glória de Deus!

SDG


 Por Georgington de Souza Ribeiro

Revisão Thalyta Priswa


Referências
Site: https://lecionario.com/quaresma-f0b7623e40ea, acessado em: 15/02/2018



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