Regeneração e Arrependimento

Nascemos mortos espiritualmente (Ef 2:1) e não podemos fazer nada por nós mesmos, se não for uma obra trinitária. O homem para chegar ao arrependimento verdadeiro é preciso haver uma regeneração de sentidos para entender a mensagem da salvação do Evangelho.

 Ninguém é bonzinho para procurar Deus (Rm 3:11). Não fazemos nenhum favor para Jesus, em prostrar-nos aos Pés da Cruz. (Jo 6:37) Jesus não é um gatinho ou um pobre coitado com carinha triste para passarmos a mão na cabeça dele e dizer: “Vou te fazer um favor! Vou te aceitar como meu salvador”. É o puro que aceita o sujo. Somos sujos como mendigos na presença de Deus por causa dos nossos pecados e Ele é quem nos limpa com seu sangue, porque ele veio até nós primeiro e nos amou primeiro.

O pecador eleito é chamado de forma especial e ganha uma consciência que precisa de Deus. E a partir dessa consciência, começa a ter um relacionamento íntimo com o Deus de Abraão, Isaque e Jacó; seu nome é: Pai, Filho e Espirito Santo. Nesse sentido, sendo regenerado; os sentidos são vivificados para escutar a palavra e a guarda-la em seu coração com a fé concedida por Deus antes da fundação do mundo. Olhos também são vivificados para obter a percepção da realidade. Em suma, onde havia um coração de pedra agora habita o Espírito de Deus num coração de carne, sendo assim nascido outra vez. Sem regeneração não há arrependimento genuíno e nem conversão produzida pelo o Espírito Santo.  

Após a regeneração somos vivificados de forma que conseguimos olhar onde nossos pecados estavam nos conduzindo. Com os olhos espirituais regenerados conseguimos olhar o alvo e a estatura do varão perfeito que é Cristo. Com essa regeneração o eleito volta-se a Cristo com entendimento e sabendo que Cristo é o caminho que conduz para a salvação e a um relacionamento íntimo com o Pai.

           A regeneração vivifica e cria no filho de Deus a fé e o arrependimento verdadeiros, que todos necessitam. A renúncia de nossas vontades dá lugar em querer fazer a vontade do Pai pelo amor que a nós foi derramado. A rejeição antes feita ao evangelho durante muito tempo, agora com o coração de carne o eleito vem aos pés da cruz de forma verdadeira e com força para perseverar até o fim, não sendo mais persuadido por vãs filosofias e tradições humanas, mas tendo o relacionamento adequado para se relacionar com o mundo e entronizando Cristo como Senhor em todas as áreas da sua vida. E isso abrange: A área sexual, filosófica, artística, cultural, musical, social e política.

Um verdadeiro arrependimento precisa de um verdadeiro fruto e o verdadeiro fruto é uma obra Trinitária e não temos méritos. E Deus sabe quando é genuíno porque o Espírito produziu em nós. Sendo assim, a santificação é uma obra de Deus, mas a consagração é um ato humano.

Assim como a chamada interna é sobrenaturalmente irresistível e opera eficazmente na vida daquele que antes encontrava-se morto, agora lutando contra o pecado para agradar o único e verdadeiro Deus, não por mérito próprio, mas sim na obra de Cristo. A regeneração é um ato de novo nascimento mostrando a condução da obra trinitária ao estado inicial que o homem perdeu no Éden.

Vale lembrar, que Deus não transforma ninguém em robôs, antes ele trata aqueles que estavam mortos para se relacionar com Ele numa consciência de que Ele (Deus) é o melhor caminho. Deus é o autor do chamado e a razão do chamado. Deus faz os eleitos olharem-se no espelho, que é a sua lei, e ver seu aspecto caído a qual se encontram e Ele através do seu Espírito aponta para o seu Filho como a perfeição a ser buscada, pois só ele sabe agradar e fazer a vontade do Pai em sua plenitude.

Dessa forma, fazer a vontade de Deus é ter, o sentimento e a atitude, querendo e tendo em mente, que o melhor a ser feito é o que Deus quer; isso é ser Cristão.

Em outras palavras, aprendemos que sem regeneração não há arrependimento. E que arrependimento é uma obra da graça divina. Nada poderíamos fazer para aplacar a ira de Deus se não houvesse o sacrifício perfeito, ou seja, se não fosse à obra de Cristo. Devemos louva-lo porque sua benevolência chegou até nós. A boa notícia do evangelho é que Cristo é o caminho perfeito.

Por Georgington de Souza